A cirurgia é indicada no caso de mulheres que fizeram a retirada das mamas após ter câncer. Mais de 20 mil mulheres esperam pela reconstrução mamária
O Ministério da Saúde destinará mais de R$ 100 milhões para a ampliação do acesso aos procedimentos de reconstrução mamária em mulheres submetidas à mastectomia ou para aquelas com indicação de reconstrução mamária. De acordo com a pasta, trata-se de uma estratégia excepcional de ampliação do acesso nos hospitais de alta complexidade em oncologia do Sistema Único de Saúde (SUS). Espera-se que, com a medida, mais de 20 mil mulheres em todo o país sejam beneficiadas com o procedimento na rede pública de saúde. A decisão foi anunciada durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), de 2023..
Para a médica ginecologista Lauriene Pereira, a decisão é uma conquista e tanto para todas aquelas que estão no enfrentamento ao câncer de mama, além de ajudar a promover a saúde e dignidade feminina.
“É uma vitória essa conquista, a destinação desse valor, dessa verba para os hospitais que se dedicam, que de alguma forma enfrentam o câncer de mama. A reconstrução da mama de quem passou ou para quem, por medida profilática, teve que fazer a mastectomia, devolve a autoestima para a mulher, a alegria, o prazer de viver mesmo porque a retirada da mama causa muito impacto na vida dela”, destaca.
Mês de conscientização sobre os cuidados com o câncer de mama
Outubro Rosa: médica explica sobre o câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce
Em 2020, foram estimados cerca de 2,3 milhões de novos casos de câncer de mama no mundo. Praticamente, um a cada quatro diagnósticos de câncer na população feminina é de mama. A doença responde, atualmente, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) por cerca de 28% dos casos novos de câncer em mulheres.
Em 2021, foram estimados mais de 66,2 mil casos novos da doença. Embora raro, é um tipo de patologia que também acomete homens, representando menos de 1% do total de casos. Em relação à mortalidade, foram registradas pelo DataSUS, em 2020, 18.032 mortes por câncer de mama, sendo 207 homens e 17.825 mulheres.
O sintoma mais comum de câncer de mama, apontam especialistas, é o aparecimento de nódulo, geralmente não-doloroso e de textura dura. Mas há casos de tumores com consistência branda, globosos e bem definidos.
Outros sinais de câncer de mama são edemas na pele, semelhantes à casca de laranja, dor, vermelhidão, descamação ou ulceração dos mamilos, alteração na circulação sanguínea. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Cuidados
Médica especialista em ginecologia e obstetríci, Giani Silvana Schwengber Cezimbra explica que o melhor tratamento contra a doença é o diagnóstico precoce, evitando, com isso, procedimentos mais agressivos no futuro e até a morte.
A médica recomenda que mulheres a partir de 35 anos, com antecedentes familiares ou que apresentam algumas alterações na região mamária, realizem a mamografia imediatamente. E aos 40 anos, independentemente de se encaixar em uma dessas situações, a orientação é realizar o exame clínico de dois em dois anos.
“Em geral, todas as mulheres devem fazer uma consulta médica. O enfrentamento ao câncer de mama está relacionado à detecção precoce, sendo que é uma doença que não existe prevenção”, alerta a doutora Giani Silvana. “A importância da detecção precoce é justamente porque esses tratamentos são bem menos radicais, bem menos agressivos. E a mortalidade se reflete diretamente com isso”, observa.
O Ministério da Saúde ainda anunciou a adesão do órgão a uma nova tecnologia de detecção do câncer do colo de útero. A técnica está em desenvolvimento no estado de Pernambuco. A novidade é resultado de pesquisas conduzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e substitui o exame preventivo da doença, Papanicolau, pela metodologia do PCR, a mesma usada nos melhores testes de detecção da Covid-19.
Fonte: Brasil 61