O nadador três vezes medalhista olímpico e a recordista mundial do lançamento de disco vão levar a bandeira brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos na quarta-feira, dia 28
Por Redação do ge
A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, na próxima quarta-feira (28), será totalmente diferente do que já se viu antes em Paralimpíadas. O evento ocorrerá pela primeira vez fora de um estádio, em um desfile na avenida Champs-Élysées em direção à Praça La Concorde – a exemplo do que aconteceu na cerimônia dos Jogos Olímpicos, que teve o Rio Sena como palco. Com mais de 280 atletas na delegação, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) anunciou, nesta segunda-feira (26), quem será o casal de porta-bandeiras do Brasil: Gabriel Araújo, três vezes medalhista olímpico na natação, e Beth Gomes, recordista mundial no lançamento de disco, esperanças de ouro para o país em Paris.
Grande destaque da natação em Tóquio 2020, Gabriel Araújo foi responsável por três medalhas, que ajudaram o Brasil a conquistar a sétima posição no ranking geral de medalhas. O nadador conquistou dois ouros, nos 50m e nos 200m livre, e uma prata nos 100m costas, a primeira do país na categoria.
Gabrielzinho, como também é conhecido, nasceu com focomelia, condição rara que causa membros encurtados, e disputa a classe S2 na natação. O jovem atleta de 22 anos comentou a emoção de representar o Brasil na cerimônia de abertura:
– É um momento único. Fiquei bem emocionado quando recebi a notícia, bem feliz. É uma sensação única de poder representar o Brasil, um privilégio e uma honra para poucos. Fico feliz de ter sido selecionado para esse momento – comentou.
– Estou mais preparado para nadar do que para a abertura, né? Está tudo calculado e pronto para a cerimônia e também para fazer o que a gente veio fazer que é nadar – completou o atleta.
Além da emoção, Gabrielzinho promete levar à cerimônia de abertura o “clima brasileiro”, representando o país com “muita animação, alegria e sorriso no rosto”. E destaca a parceria com Beth Gomes, com quem compartilha a missão de representar o país na cerimônia:
– Sei que ela é um pouco parecida comigo no quesito recorde, porque ela é a mulher dos recordes também. Então é uma honra. É uma pessoa experiente, de extrema qualidade e competitividade. Eu fico muito feliz e é uma honra dividir esse momento com uma pessoa tão referência no esporte.
Ouro em Tóquio, dona do recorde mundial e feitos históricos, Beth Gomes, que representa o Brasil no lançamento de disco, também não escondeu a emoção e orgulho de poder carregar a bandeira brasileira em Paris.
– Quando ouvi falar que eu seria representante para conduzir o nosso pavilhão, eu só chorei. Aos quase trinta anos de esporte paralímpico, eu acho que é uma emoção muito grande e isso eu vou levar comigo para o resto da minha vida. Poder representar todos nós brasileiros, os atletas que estarão competindo, a equipe multidisciplinar, os treinadores… Isso vai ser levado comigo – disse a atleta de 59 anos.
Beth e Gabrielzinho ainda não conversaram sobre a cerimônia, mas a atleta sabe que vai ser incrível para os dois e para o Brasil.
– Nós vamos nos unir, conversar e chegar em algumas coisas que podem ser legais pra ele e para mim também. E fazer aquela festa, vibrar muito – promete.
Todos os porta-bandeiras do Brasil em Paralimpíadas
Paralimpíadas | Atleta | Esporte |
Atlanta 1996 | Anderson Lopes | Atletismo |
Sydney 2000 | Luís Silva e Ádria Santos | Natação e Atletismo |
Atenas 2004 | Aurélio Guedes e José Afonso | Atletismo |
Pequim 2008 | Antônio Tenório | Judô |
Londres 2012 | Daniel Dias | Natação |
Rio 2016 | Shirlene Coelho | Atletismo |
Tóquio 2020 | Petrúcio Ferreira e Evelyn Oliveira | Atletismo e Bocha |
Paris 2024 | Beth Gomes e Gabriel Araújo | Atletismo e Natação |