Órgão dá algumas dicas para que brasileiros se sintam seguros ao receber, interagir e passar informações aos recenseadores
A partir de 1º de agosto, cerca de 183 mil recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vão começar a visitar os domicílios brasileiros para coletar os dados do Censo 2022. Para garantir que essa quantidade de funcionários não se torne uma oportunidade para que os criminosos se disfarçam e invadam a casa da pessoas, o portal Brasil61.com traz, na terceira reportagem sobre o Censo, como será o protocolo de segurança adotado pelo órgão e como os cidadãos podem se proteger dos mal-intencionados.
Marcelo Alessandro Nunes, coordenador especial do Censo no Distrito Federal, explica que, quando alguém bater à porta dizendo ser um recenseador do IBGE, os brasileiros terão três formas de verificar se aquela pessoa, de fato, trabalha para o órgão. A primeira delas é a mais tradicional e, também, a mais fácil de ser adulterada: o uniforme. Cada recenseador deverá usar colete, crachá, boné (não é obrigatório) e máscara com a marca do IBGE.
“Aí você fala assim: ‘bom, pelo uniforme pode ser, mas será que é mesmo? Como eu posso ter certeza?’ Tem alguns caminhos. No crachá do recenseador tem um QR Code. Então, a pessoa pode escanear aquele QR Code na hora, vai direto para a página do IBGE e lá vai carregar as informações. Vai mostrar: ‘esse aqui é o recenseador José Antônio da Silva’. Vai ter os dados dele, o número de registro dele no IBGE. Essas informações vão estar no crachá. A pessoa pode conferir”, indica Marcelo.
O coordenador explica que os brasileiros também poderão saber se a pessoa é recenseadora do IBGE indo direto à página do órgão e conferindo se o número de registro presente no colete está atrelado a algum funcionário. Para os mais desconfiados com as fraudes, será possível ligar para o IBGE a fim de checar a identificação de quem bater à porta.
“Tem um 0800 do IBGE que vai estar no colete do recenseador. A pessoa liga no 0800 e diz ‘tô aqui com uma pessoa que diz que é o recenseador. Ele fala que é o José Antônio da Silva e que o número de documento dele é o tal’. E aí nós temos uma área de telemarketing do IBGE que vai atender a pessoa e vai confirmar: ‘é, essa pessoa realmente trabalha no IBGE’ ou, na pior das hipóteses, ‘opa, esse cara aqui não está na nossa base. Não responde ele, não’, adverte.
Além dessas possibilidades de checagem, os moradores de um bairro podem ficar atentos à circulação dos agentes do IBGE por aquela localidade nos dias do levantamento. Isso porque cada recenseador será responsável por coletar os dados dos domicílios de uma área específica. “A vizinhança toda fica sabendo que o recenseador está por ali. Isso também, de certa forma, já é uma segurança para os moradores, sabendo que todo dia aquele mesmo rapaz ou moça com uniforme do IBGE batendo na casa das pessoas não deve ser fraude. Também tem essa forma de as pessoas terem mais confiança para receber o recenseador”, orienta.
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Segurança sanitária
Em tempos de pandemia da Covid-19, o Censo 2022 também vai lidar com o desafio adicional de garantir a segurança sanitária durante o período de captura das informações. Afinal, serão mais de 200 mil funcionários trabalhando durante três meses e visitando mais de 70 milhões de domicílios em todo o país.
Marcelo diz que a máscara de proteção facial será parte obrigatória do uniforme dos recenseadores. O protocolo de abordagem e o uso de outros equipamentos de proteção individual, como o face shield, foram testados no mês de novembro. No entanto, chegou-se à conclusão de que o uso da máscara com o face shield dificultava a comunicação entre o recenseador e o cidadão. Dessa forma, esse item estará disponível, mas não será de uso obrigatório.
“O recenseador também vai levar álcool gel na bolsa e tem a máscara como um item obrigatório do uniforme dele e, no nosso protocolo, ele tem que manter o distanciamento das pessoas. Com a máscara dá pra fazer uma entrevista com uma distância de um metro e meio sem comprometer, sem colocar ninguém em risco, não só o recenseador, como o informante. A gente não sabe se algum dos dois pode estar doente”, explica.
Segurança da informação
Há também aqueles que são mais desconfiados em relação ao questionário e se é seguro passar informações ao recenseador, principalmente sobre trabalho e renda. Marcelo Nunes garante que as pessoas não precisam se preocupar, pois o IBGE não pode passar os dados para nenhum outro órgão ou pessoa. “A nossa coleta é protegida por uma lei que garante o sigilo estatístico. Então, se a gente vaza informação de um entrevistado a gente perde o emprego. Isso é uma coisa seríssima, a gente não pode fazer isso”, ressalta.
Marcelo afirma que ninguém é obrigado a responder ao questionário, mas que é importante participar do levantamento, pois o Censo serve de base para a definição de políticas públicas que podem impactar a vida da população. “Às vezes, ela acha que não, mas a resposta dela faz diferença para o país, para que o governo tome alguma decisão do que pode ser feito ou não na área onde ela mora”, diz.
Fonte: Brasil 61