Na região Sudeste, impulsionadas pela produção de açúcar e laranja, foram geradas 24,8 mil vagas
Das 4.727 cidades com movimentação no mercado de trabalho do setor agropecuário, 2.243 registraram crescimento, enquanto 2.160 apresentaram uma redução, aponta levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) referente ao mês de abril. O balanço ainda revela que as cidades com as maiores expansões mensais foram Capela do Alto/SP (+1.278), Bebedouro/SP (+1.047), Formosa/GO (+964), Medeiros Neto/BA (+941) e Matão/SP (+864).
O presidente do Conselho Regional de Economia do estado de São Paulo (Corecon-SP), Pedro Afonso Gomes, destaca que nos pequenos municípios, grande parte da renda e circulação de mercadoria se deve ao consumo dos “mais pobres”.
“Então se há uma oportunidade de renda adicional para trabalhadores rurais ou para operários em fábrica, modifica até a economia do município, dependendo do porte e do incremento”, afirma.
Em abril de 2024, o mercado de trabalho agropecuário registrou 245.654 admissões e 233.877 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 11.777 postos de trabalho. Esse desempenho foi superior ao observado no mesmo período em 2023, quando o saldo foi de 9.721 postos, e em 2022, quando foi de 10.523.
André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, destaca que o El Niño e as condições climáticas que ocasionaram tragédia do Rio Grande do Sul são fatores que impactam negativamente a safra, mas apesar disso, o resultado foi positivo.
“Nós ainda teremos a segunda maior safra de toda a série histórica disponível e isso é muito significativo, mostra a força do agro e, consequentemente, o impacto positivo que ele exerce sobre boa parte dos municípios brasileiros. A continuidade desse processo de melhora do agronegócio brasileiro, como um todo, acaba ajudando a aumentar o nível de arrecadação e a reduzir a disparidade de renda”, afirma.
As grandes cidades contribuíram com 19% do saldo positivo no mês (+2,3 mil vagas), enquanto as pequenas cidades representaram 43% do saldo mensal. A região Sudeste gerou 24,8 mil vagas, impulsionada pela cadeia do açúcar e do cultivo de laranja. Por outro lado, a região Nordeste registrou perda de vagas no mês de abril, devido aos desligamentos na cadeia do açúcar (-13 mil vagas).
Próximos meses
Pedro Afonso Gomes explica que para os próximos meses é natural a admissão e demissão em determinadas áreas rurais, em função da sazonalidade das produções.
“Nós vemos café, laranja e açúcar dominando um pouco. Mas quando a produção se retrai, há algumas demissões, quando é necessário que aumente a colheita, ou quando há transformação do produto in natura em produto industrial, ela praticamente muda para outra região, para outro setor. É natural.”, explica.
Ele informa que espera-se uma estabilização da economia e a geração de renda. Também destaca que o produto agrícola é consumido por grande parte da população e que, nos últimos aos, o Brasil avançou significativamente nas negociações com outras nações, o que propiciou incremento nas exportações.
Fonte: Brasil 61