Condições climáticas adversas tem provocado elevadas temperaturas
Em meio à onda de calor que atinge a Europa desde o início do mês, uma cidade do sul da Espanha registrou 45° C no domingo (24), enquanto o país lutava para conter diversos incêndios que forçaram a retirada de moradores de vários povoados. A Grécia, que enfrenta três grandes incêndios florestais no norte, sul e leste, também teve de retirar moradores e turistas de várias cidades, como em Vatera, na Ilha de Lesbos.
Os Estados Unidos também estão lidando com incêndios na Califórnia e cerca de 85 americanos enfrentavam no domingo alerta de “condições climáticas adversas”.
Há duas semanas a Espanha enfrenta temperaturas muito altas e a cidade de Puente Genil, na região de Córdoba, Andaluzia, registrou no domingo 45ºC. Foi nessa parte do país onde se registrou o recorde de temperatura na Espanha: 47,4° C em Montoro, em agosto de 2021.
As altas temperaturas e a baixa pluviosidade desde o início do ano elevaram o risco de incêndio em todo o país para “extremo”, segundo a Agência Estatal de Meteorologia. Em Tenerife, no arquipélago das Canárias, o incêndio destruiu 2.156 hectares e obrigou a retirada de 600 pessoas. Desde o início de 2022, mais de 200 mil hectares queimaram na Espanha, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, o que a torna o país mais afetado do continente.
Aquecimento
Desde sábado, a Grécia sofre uma onda de calor que, segundo as previsões, durará dez dias com temperaturas de até 42°C em algumas áreas. No norte, bombeiros, ajudados por voluntários, continuavam ontem a lutar pelo quarto dia consecutivo contra um violento incêndio no Parque Nacional Dadia, onde várias pessoas foram retiradas.
No Peloponeso, a cidade de Chrisokelaria também foi esvaziada na noite de sábado devido a um incêndio perto de Koroni que os bombeiros ainda combatiam neste domingo. Na quarta-feira, um incêndio florestal nas montanhas perto de Atenas danificou casas e forçou a fuga de centenas de pessoas.
Segundo os cientistas, a proliferação de eventos climáticos extremos é consequência direta do aquecimento global, com as emissões de gases de efeito estufa aumentando em intensidade, duração e frequência. No ano passado, uma onda de calor e incêndios florestais destruíram 103.000 hectares e mataram três pessoas na Grécia.
Na Itália, a onda de calor segue se alastrando e ontem 19 cidades estavam em alerta vermelho, o nível máximo de emergência, uma situação que continuará nos próximos dias, agravada pela pior seca do país nos últimos 70 anos.
Califórnia
Não é apenas a Europa que está sofrendo os efeitos das mudanças climáticas neste verão do Hemisfério Norte. Um incêndio florestal na Califórnia já queimou milhares de hectares, enquanto milhões de americanos experimentam uma onda de calor que já atingiu temperaturas recordes.
O incêndio de Oak, que começou na sexta-feira perto do Parque Nacional de Yosemite, cresceu de cerca de 250 hectares para quase 4.800 hectares em 24 horas. Mais de 500 bombeiros estão trabalhando para apagar as chamas e estão sendo auxiliados por um avião.
Seca extrema
De acordo com o climatologista da Universidade da Califórnia, Daniel Swain, o fogo “se espalhou em quase todas as direções”, “em um contexto de alta carga de combustível e seca extrema”.
Testemunhas postaram imagens nas redes sociais de um enorme e impressionante turbilhão de fumaça espessa subindo da floresta, como um tornado, um fenômeno perigoso que pode alimentar o fogo. Este incêndio é uma das consequências mais dramáticas da onda de calor que atinge os EUA.
O calor sufocante foi sentido particularmente na capital, Washington, onde as temperaturas estavam se aproximando de 38° C O presidente Joe Biden mais uma vez destacou o “perigo claro e imediato” representado pelas mudanças climáticas, “uma ameaça existencial à nação e ao mundo”.