A ideia é que o projeto seja levado a leilão no segundo semestre de 2022. O lance inicial do leilão será de R$ 110 milhões
O modal ferroviário tem ganhado destaque no setor de infraestrutura, com projetos que visam ampliar a malha no país para escoamento de produtos. É o caso da Nova Ferroeste, que vai unir os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Serão construídos 1.567 km de estrada de ferro entre os municípios de Maracaju (MS) e Paranaguá (PR), além de criar um ramal entre Foz do Iguaçu (PR) e Cascavel (PR), e entre Chapecó (SC) e Cascavel (PR). Ao todo, 67 municípios vão contar com um trecho da ferrovia.
De acordo com o governo do Paraná, “quando a ferrovia estiver concluída, este será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do País.” A ideia é que o projeto seja levado a leilão no segundo semestre de 2022. O lance inicial será de R$ 110 milhões.
O coordenador do Plano Ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, afirma que, entre os benefícios apresentados a partir do projeto destacam-se a redução de custos, a ampliação da capacidade de exportação e a diminuição do tempo de viagem.
“Do ponto de vista de estruturação de projeto, nós fomos inovadores. Estamos fazendo um processo de transferência de titularidade dos contratos. Temos um contrato de concessão e quatro de autorização. Com isso, vamos disponibilizar para a sociedade uma infraestrutura que vai ser a solução do país abaixo do paralelo 16. É um projeto com DNA paranaense, mas o impacto é nacional e até internacional quando se pensa no Paraguai”, pontua.
Em relação às exportações, atualmente o total da movimentação de produtos no Porto de Paranaguá chega a 45 milhões de toneladas. Desse total, 80% da demanda de importação e exportação do terminal é transportada pelo modal rodoviário. Já o volume de cargas ferroviárias corresponde a apenas 9 milhões de toneladas.
O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, diz que a Nova Ferroeste conta com vários aspectos relevantes, sobretudo no que diz respeito à ampliação da competitividade econômica.
“Hoje, você tem cerca de 20% transportado pelo modal ferroviário, e isso vai estar se elevando para cerca de 36%. Isso, certamente, vai permitir o aumento de competitividade dos produtos brasileiros, não só no mercado local, mas também no internacional. Do mercado local, vamos estar transportando mercadorias de outros estados, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catariana, Mato Grosso e Goiás, até Foz do Iguaçu, haverá conexão com o Paraguai e com a Argentina”, avalia.
Outras ferrovias
Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), intitulado “Agenda de privatizações: avanços e desafios”, revela que, no Brasil, as ferrovias são predominantemente operadas pelo setor privado desde a desestatização da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e da Ferrovias Paulistas S/A (FEPASA), no fim dos anos 1990.
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De acordo com o estudo, para 2022, estão previstas duas prorrogações antecipadas de contratos. Uma diz respeito à Ferrovia Centro Atlântica (FCA), controlada pela VLI Logística; e a outra à Malha Regional Sudeste, da MRS Logística. Além disso, há a expectativa de aprovação de 65 pedidos de autorizações ferroviárias junto ao governo federal, até o final deste ano.
“Recentemente, tivemos a aprovação da Nova Lei das Ferrovias, que permite a autorização de trechos ferroviários para o setor privado construir e operar. Temos a possibilidade de essas ferrovias autorizadas serem utilizadas, por exemplo, em trechos de curta distância. Também temos o processo de prorrogação antecipada dos contratos vigentes, que podem trazer mais recursos para investimento na extensão da própria malha”, destaca o especialista em Infraestrutura da CNI, Matheus de Castro.
O setor ferroviário também conta com a perspectiva do leilão da EF-170 MT/PA (Ferrogrão), apesar dos impasses econômico, financeiro e ambiental em torno do projeto. Até novembro de 2021, o governo federal havia recebido 21 requerimentos de construções de ferrovias por operadores privados – além da Nova Ferroeste – totalizando mais de R$ 90 bilhões em investimentos previstos e 6.220 km de novos trilhos, em 14 estados do país.
Fonte: Brasil 61