O pronunciamento da grupo Acron veio uma semana após a venda ser oficializada.
Uma semana depois de anunciar a compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras, em Três Lagoas (MS), o grupo russo Acron informou que deve retornar com as obras do projeto ainda neste ano, em julho. O anúncio foi feito, nesta sexta-feira (11), em reunião entre a empresa e o governo do estado.
A reunião teve a presença de integrantes da Petrobrás, governo de Mato Grosso do Sul e do vice-presidente da Acron, Vladimir Kantor. O representante do grupo russo afirmou que a empresa está motivada com o negócio. “Estamos muito interessados em estar presente em Mato Grosso do Sul. Gostaríamos de começar a trabalhar já em julho”.
Durante a conversa ficou definido a criação de um grupo de trabalho entre poder público estadual, municipal e o grupo Acron, que estabelecem termos de acordo de concessão de benefícios fiscais para a retomada das obras da fábrica.
As obras da UFN3 foram paralisadas em dezembro de 2014, com 81% de conclusão. Essa definição pode acelerar o processo de venda da unidade para a empresa russa.
A venda
A unidade de fertilizantes nitrogenados da Petrobras (UFN 3), em Três Lagoas, a 326 km de Campo Grande, foi comprada pelo grupo russo Acron, conforme anunciado pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
A informação sobre a venda foi feita, em 4 de fevereiro, durante o lançamento de pacotes de obras de R$ 70 milhões para macrodrenagem e pavimentação na cidade ao leste do estado.
A unidade
As obras da fábrica começaram em 2011 e foram paralisadas em dezembro de 2014, quando a Petrobras rompeu o contrato com o consórcio que havia vencido a licitação para a construção, alegando descumprimento do contrato.
Em 11 de fevereiro de 2017, a estatal anunciou que estava colocando à venda a UFN 3 e também da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), que opera em Araucária (PR), como parte da estratégia de desinvestimento da companhia e de saída da produção de fertilizantes no país. Mais de um ano depois, em 9 de maio de 2018, a Petrobras, em comunicado de mercado, informou o início das negociações com exclusividade com o grupo russo Acron pelo prazo 90 dias.
A venda da fábrica, então bem encaminhada, ficou em suspenso, entretanto, em junho de 2018, quando o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu, por meio de uma liminar, o governo de privatizar empresas estatais sem prévia autorização do Congresso.
Ao julgar o mérito da ação sobre o assunto, o plenário do STF decidiu no dia 6 de junho deste ano, manter a proibição para as estatais, mas autorizou as vendas das subsidiárias, as subdivisões dessas “empresas-mães”, sem o aval do Legislativo.
No dia 14 de junho, a estatal comunicou ao mercado a retomada do processo para a venda da UFN 3 e também da Ansa. “Dessa forma, a Petrobras está retomando o processo competitivo para a venda dessas unidades”, afirmou a empresa, acrescentando que “a operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria da alocação do capital da companhia”.
A estatal colocou a UFN3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. A empresa da Rússia manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia. Agora, novamente o grupo finaliza a negociação deste importante ativo estratégico para Mato Grosso do Sul.
Por g1 MS