Os maiores afetados são crianças até dois anos e idosos acima de 65 anos
Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em nível nacional caíram nas últimas seis semanas e mantiveram-se estáveis nas últimas três, afetando principalmente crianças até dois anos e idosos acima de 65 anos. Porém, há um crescimento de longo prazo em oito estados, são eles: Alagoas, Amazonas, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com aumentos notáveis entre adultos em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia, principalmente devido à Covid-19. Os dados são do último Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (23) referente a Semana Epidemiológica 46 (12 a 18 de novembro).
O infectologista Werciley Júnior da Rede de Hospitais Santa Lúcia aponta que o aumento de casos nesses estados se da há uma diminuição na vacinação, especialmente nas doses de reforço, e observa que muitas pessoas com sintomas da doença não estão realizando as testagens e acabam transmitindo o vírus para outros. O especialista aconselha que, para ajudar na redução de casos é essencial que as pessoas com sintomas realizem testes, evitem o contato com outros e continuem a vacinação como medida de controle.
“Voltar muitas vezes, as orientações de higiene de mãos e o uso de máscaras, isso continuamente tem que ser feito e elevar esse cuidado, principalmente com as pessoas idosas e imunossuprimidos que tem baixa defesa”, explica.
O Boletim aponta uma pausa no aumento de casos de SRAG em adultos e uma redução em crianças e adolescentes, impulsionada pela diminuição ou estabilização de casos de Covid-19, especialmente em idosos nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Marcelo Gomes, coordenador do Boletim InfoGripe avalia que nos estados da região Sul e na Bahia há sinais de desaceleração no ritmo de crescimento de casos. Embora o aumento ainda não tenha sido completamente interrompido, observa-se uma diminuição progressiva semana após semana.
“Então é um indício que já pode estar iniciando um processo de interromper esse ciclo de aumento. A gente espera que isso se confirme nas próximas atualizações e possa iniciar um processo de queda. Mas por enquanto, ainda é um sinal de aumento, mas um aumento em um ritmo cada vez mais lento nesses estados”, avalia.
Renata Costa, empresária de 45 anos e moradora de Catalão (GO) conta que pegou Covid-19 logo após tomar a primeira dose, em agosto de 2022. Ela comenta que os sintomas foram fortes e que precisou ficar de cama por 5 dias. Hoje, Renata já tomou 3 doses da vacina, contando com a bivalente e diz que pretende tomar as doses de reforço.
“E a importância pra mim da vacina foi extrema, porque antes quantas pessoas morreram por falta da vacina, a partir do momento que a população começou a tomar a vacina, as mortes foram reduzidas”, avalia.
De acordo com o estudo, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,3% para influenza A; 0,3% para influenza B; 9,1% para Vírus Sincicial Respiratório (VSR); e 64,1% para Covid-19. Entre as mortes, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0% para influenza A e B; 2,2% para VSR; e 92,3% Covid-19.
No ano epidemiológico de 2023, foram registrados 161.154 casos de SRAG no Brasil. Desses, 63.458, testaram positivo para vírus respiratórios, 81.573 foram negativos e 7.901 ainda aguardam resultados. Dos casos positivos, 7,4% são de influenza A, 3,9% de influenza B, 34,1% de VSR e 33,5% de Covid-19. Nas últimas quatro semanas, a distribuição entre os casos positivos foi de 1,3% para influenza A, 0,3% para influenza B, 9,1% para VSR e 64,1% para Covid-19. O InfoGripe ressalta que os dados recentes podem mudar nas próximas atualizações.
Fonte: Brasil 61