Levantamento do ICEI foi divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Economista atribui retomada aos números positivos dos indicadores econômicos
A retomada da confiança da indústria em julho se explica pela melhoria de alguns dos principais indicadores econômicos, segundo o economista Renan Gomes de Pieri. Ele afirma que os dados positivos de emprego, renda e Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, levam a uma perspectiva mais otimista e, como consequência, uma maior expectativa de produção industrial. O especialista destaca também a agenda econômica em tramitação no Congresso Nacional.
“A reforma tributária e o novo arcabouço fiscal geram, ou vão gerar, um ambiente econômico mais positivo. Mesmo que as mudanças, principalmente na reforma tributária, levem anos para serem implementadas, essa melhoria das expectativas já pode levar ao aumento dos investimentos hoje. A gente sabe que, na indústria, o planejamento de investimentos é da ordem de décadas. Então essas mudanças positivas para o futuro podem levar os empresários, hoje, a reverem seus processos de investimento”, explica.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) avançou 0,7 ponto, de 50,4 pontos para 51,1 pontos. O número, acima da linha divisória dos 50 pontos, indica confiança do setor. De acordo com a pesquisa, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é o segundo mês consecutivo em que a indústria demonstra confiança. O avanço do índice em julho acontece em função, principalmente, da avaliação menos negativa das condições atuais da economia brasileira e das empresas, segundo a CNI.
Entretanto, apesar do avanço de 1,3 ponto, o Índice de Condições Atuais segue abaixo da linha divisória de 50 pontos, com 45,5 pontos. Já o Índice de Expectativas subiu 0,4 ponto para 53,9 pontos. O número mostra otimismo da indústria para os próximos seis meses. O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), membro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, cita um conjunto de medidas importantes para a melhoria do índice de confiança, como a reforma tributária, o arcabouço fiscal e a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Entre eles, a questão do Ministério da Indústria, que foi recriado e que tem feito uma boa interlocução com os setores, ouvido os setores, criando uma expectativa de apoio à retomada das indústrias, a reindustrialização no Brasil que está sendo construída. Isso cria uma expectativa favorável pelo diálogo, pelo entendimento e pelo desenvolvimento de planos que podem dar um impacto positivo no apoio à neoindustrialização do Brasil”, pontua.
A pesquisa contou com a participação de 1.305 empresas de pequeno, médio e grande porte, entre os dias 3 e 7 de julho.
Fonte: Brasil 61