Nesta sexta-feira (03), os membros do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 de Três Lagoas se reuniram para debater a atual situação do Município em relação a Covid-19 e outras doenças respiratórias.
Três Lagoas tem acompanhado o cenário nacional com aumento de casos de Covid-19. Na cidade, nos primeiros três dias de junho, já foram registrados 113 casos positivos.
Entretanto, a presidente do Comitê Angelina Zuque alerta que apesar do aumento do número de casos, as pessoas acabam não realizando o exame para covid, pois apresentam sintomas leves, interferindo assim no número real de casos, gerando a subnotificação.
Outro ponto destacado pela presidente é que neste período de baixas temperaturas as pessoas costumam se aglomerar em locais fechados, contribuindo ainda para a transmissão de covid ou outras infecções respiratórias.
O médico da Família e Comunidade e da equipe de Vigilância Epidemiológica da SMS, Vinícius de Jesus Rodrigues Neves, enfatizou que o fato do não uso da máscara também contribui para o aumento de casos, visto que o vírus começa a circular de forma mais evidente.
Vinicius explicou a respeito dos frequentes casos de gripe em crianças. “Muitas crianças que nunca tiveram contato com vírus, principalmente as que nasceram durante a pandemia, viviam em uma bolha e, agora, vão para escola, então vai surgindo um caso seguido do outro, e por diversas vezes. Mesmo para os adultos a imunidade caiu, pois houve uma queda na imunidade coletiva sem a circulação de alguns vírus”, explicou o médico.
O Comitê salientou os casos em que o indivíduo apresenta sintomas respiratórios, mas não faz exames e fica sem diagnóstico e não cumpre o isolamento, contaminando outras pessoas ao seu redor.
Um dos principais pontos abordados foi a alta demanda nas unidades de saúde, seja rede pública ou privada, de pessoas com infecções respiratórias, principalmente crianças.
Apesar do aumento de casos confirmados de covid, no momento, o Município tem apenas um paciente em UTI.
O médico pontuou que podemos ter um colapso no sistema de saúde, em razão da alta demanda de infecções respiratórias, já foi informado que em alguns locais a média de tempo de espera para o atendimento é de 5 horas. As unidades de saúde e clínicas estão lotadas e, isso sobrecarrega o atendimento, acrescido dos casos frequentes de profissionais afastados com sintomas”, informou o médico.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
A situação epidemiológica de outras doenças respiratórias foi discutida durante o encontro, a hepatite aguda infantil que tem 70 casos no Brasil, sendo 3 no Estado. E, principalmente, a baixa cobertura vacinal de Influenza das crianças, além disso também apresenta baixa adesão às demais vacinas como a de Sarampo, Febre Amarela, Poliomielite entre outras deste grupo etário.
Uma pessoa com sarampo pode contaminar em torno de 16 outras pessoas. “Doenças como sarampo, hepatite e outras só estão retornando por conta da não vacinação. O que justifica essa queda é o recente movimento antivacina ”, explicou Vinicius.
Diante destas informações epidemiológicas, entre os assuntos discutidos na reunião foram feitas as seguintes recomendações:
• Intensificar as ações de prevenção como o uso de máscaras em ambientes fechados, em locais com aglomeração, higienização das mãos com álcool em gel;
• Elaboração de ofício, nota técnica, normativas e orientações para unidades escolares públicas e privadas recomendando o uso da máscara, afastamento de alunos, professores e outros trabalhadores quando apresentarem sintomas e verificação da caderneta de vacina atualizada;
• Intensificar a divulgação da importância da vacinação para proteção coletiva e medidas para prevenção da Covid-19 e doenças respiratórias.
Uso de máscaras no transporte escolar.